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Crise aumenta risco e dificulta crédito, diz Bracher


fonte: Valor Econômico


Para executivo, agravamento da crise levou as empresas a buscarem recursos nos bancos para reforçar o caixa, da mesma forma que as pessoas correram às farmácias para comprar álcool em gel, que acabou em falta.


O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, afirmou que a crise do coronavírus aumentou o risco e tornou mais difícil para os bancos concederem crédito. “E bancos vivem de administrar risco”, disse em live na internet.


De acordo com Bracher, o agravamento da crise levou as empresas a buscarem recursos nos bancos para reforçar o caixa, da mesma forma que as pessoas correram às farmácias para comprar álcool em gel, que acabou em falta.


O Banco Central (BC) atuou rapidamente liberando compulsório e adotando outras medidas para restaurar a liquidez do sistema, afirmou o executivo, mas isso não mitigou o risco. “Liquidez é condição necessária, mas não suficiente.”


O presidente do Itaú afirmou que a procura por recursos aumentou os juros para as grandes empresas, que nos últimos anos vinham se financiando no mercado de capitais. As operações para esses clientes são negociadas caso a caso. “O preço subiu porque o risco subiu”, disse.


Em relação às pequenas e médias empresas e às pessoas físicas, Bracher afirmou que as condições foram mantidas, conforme o banco já havia informado ao Valor nesta semana. “Nossas taxas de juros estão absolutamente em linha com o que era praticado antes.”

Segundo o executivo, a primeira ação do banco quando a crise estourou foi priorizar o crédito a quem já era cliente. O Itaú também renegociou mais de 150 mil contratos de pessoas físicas e pequenas e médias empresas nas mesmas condições anteriores, conforme acordo entre os associados da Febraban.


Para Bracher, os bancos brasileiros estão “preparados como nunca” para enfrentar uma crise como a atual, tanto em recursos tecnológicos quanto em capital. Na avaliação dele, é fundamental o Estado colocar recursos na economia para que a crise seja superada. No entanto, afirmou não saber se o melhor caminho é aumentar a dívida pública ou se também há espaço para imprimir dinheiro. “Vejo pessoas seriíssimas defendendo que dá para imprimir dinheiro sim porque não há o menor risco de inflação”, observou.


Segundo ele, o setor financeiro propôs medidas “fiscais, contracíclicas, fundamentais neste momento”. A primeira delas foi a criação de uma linha de crédito para financiar a folha de pagamento de empresas com faturamento de até R$ 10 milhões, que terá 85% do risco bancado pelo Tesouro. O executivo disse ainda que os bancos têm capacidade de atuar na distribuição do auxílio de R$ 600 que o governo dará aos autônomos. Para Bracher, está ficando claro que o PIB neste ano vai recuar mais do que a projeção oficial do banco, de queda de 0,7%. O executivo disse acreditar que a retomada será lenta.

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